Entre Parênteses – 1ª Edição

O CONTATO COM A NATUREZA E O DESIGN SÃO O DNA DA ARQOS

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A Arqos nasceu em 2019 do desejo de inovar, afim de trazer frescor e atuar na vanguarda da arquitetura, design e urbanismo. Apesar de nova, é fruto de uma evolução de um negócio de properties que há mais de 30 anos atua no desenvolvimento imobiliário. Nossa história está intimamente ligada à Alphaville, atuamos aqui desde 1994, participando e presenciando o seu desenvolvimento. Mesmo após tanto tempo, os pilares que tornaram o bairro referência nacional de qualidade de vida ainda estão presentes e nosso propósito é evoluir esse estilo de vida, tendo o privilégio de continuar sendo protagonistas nessa história.
Somo apaixonados por design e arquitetura, essa é a base da empresa que tem como pilares “Criar o novo” com soluções que melhoram a qualidade de vida e proporcionam bem-estar; “Urbanismo Consciente” assumindo a responsabilidade de gerar impacto e transformação positiva a partir de nossos empreendimentos; “O melhor resultado” com efetividade e resiliência para entregar cada detalhe com alto nível de qualidade e rentabilidade; e “Cultivar relações conscientes” que geram valor para todos os nossos stakeholders.
Para isso, exploramos profundamente a relação do indivíduo com o meio com objetivo de criar projetos que impactem positivamente essa relação. (Para nós, um empreendimento só alcança o padrão desejado quando ele reúne “o melhor pra mim” e o “melhor para o mundo”). Neste contexto, entendemos que viver bem passa por aproximar as pessoas da natureza, estimular o convívio entre os vizinhos e proporcionar momentos especiais em família. Fazemos isso, olhando cada projeto de forma artesanal, pensando em cada detalhe e imaginando como podemos – através de uma arquitetura moderna e funcional – entregar esses atributos aos nossos clientes.
Esse foi um movimento da Arqos na direção oposta ao que o mercado ditava como tendência na produção imobiliária até 2020. Com a justificativa da “eficiência do espaço” víamos metragens cada vez menores e pouca atenção às áreas de contato com a natureza e lazer. A pandemia trouxe um novo olhar: o que vimos foi a procura por espaços maiores e conectados ao verde.
De certa forma, antevimos uma tendência e hoje as pessoas valorizam justamente o que sempre acreditamos. Nesse ponto, estar em Alphaville, se torna uma vantagem para Arqos. A região que guarda um conjunto de atributos especial: poucos lugares têm tanto verde (uma reserva biológica de 3,5 milhões de m2 para chamar de sua), segurança (o bairro está localizado nas duas cidades consideradas as mais seguras do Brasil) e senso de comunidade (a região cresceu, mas ainda tem aquele charme de interior), tudo isso, a apenas 20km do maior centro urbano da América Latina.
A primeira concretização do nosso propósito, de construir lugares melhores para as pessoas e para o mundo, foi o lançamento do Vista Alta. O residencial de casas foi desenvolvido em parceria com o escritório FGMF, com paisagismo de Ricardo Cardim e está cercado por mais de 105 mil m2 de Mata Atlântica preservada e conta com uma grande área para contemplar diversas atividades esportivas e de lazer. Os ambientes estão conectados a uma passarela que é um mirante para o verde. Composto por módulos separados, cada qual abrigando funções de caráter distinto, sempre buscando a integração, o convívio e o contato visual com a paisagem que o abraça. O sucesso comercial corrobora com a nossa visão de que o mercado mudou e não voltará a ser como era antes. Inovar em um segmento tão tradicional é um desafio, mas o Vista Alta mostrou que estamos no caminho certo.
As perspectivas para o futuro da Arqos se abrem para diversas possibilidades. Nós temos a inquietude com o óbvio, não nos conformamos com o lugar comum. Isso dá mais trabalho, mas também dá orgulho de olhar para frente e perceber que tratar arquitetura como arte e cada projeto como uma tela em branco pode transformar a vida das pessoas e do entorno de verdade. E é isso que faremos a partir de 2024 com o lançamento de um projeto que estamos chamando de bairro design: um local onde vamos implantar o urbanismo consciente com centralidades a cada 15 minutos, segurança sem muros, preservação ambiental, mobilidade com baixa emissão de carbono, e claro, um portfólio vivo da boa arquitetura brasileira.
É um trabalho de longo prazo, mas que começa a criar um legado social e ambiental que vai gerar um impacto positivo direto no futuro do mundo.
Não vemos a hora de apresentar para vocês tudo que planejamos nos últimos 2 anos. ( )

ARCHITECTURE HUNTER

Em julho de 2023, tive a incrível oportunidade de participar do UIA, Congresso Mundial de Arquitetos, realizado em Copenhagen, capital da Dinamarca, que, neste ano, inclusive, foi nomeada a capital da arquitetura pela UNESCO, tornando a edição de 2023 ainda mais especial. Esse evento de prestígio, que ocorre a cada três anos em diferentes cidades do mundo, celebrou a arquitetura de maneira grandiosa, unindo arquitetos e entusiastas da área do mundo inteiro.
O tema central do UIA 2023 foi “Futuros Sustentáveis - Não Deixe Ninguém Para Trás”, abordando como a arquitetura pode desempenhar um papel fundamental na construção de um futuro mais sustentável, equitativo e inclusivo. Os eventos e palestras foram agrupados em seis temas-chave: adaptação climática, repensar os recursos, comunidades resilientes, saúde, inclusão e parcerias para a mudança.
Nesse contexto inspirador, tive a chance de assistir a palestras de arquitetos renomados, como Bjarke Ingels, fundador do BIG e arquiteto dinamarquês de renome. Ele apresentou a intrigante ideia de “sustentabilidade hedonista”, sugerindo que é possível sim viver de maneira sustentável e, ao mesmo tempo, melhorar nossa qualidade de vida. Isso porque existe um grande estereótipo da arquitetura sustentável sempre atrelada à escassez, a recursos menos esteticamente interessantes, enquanto ele acredita - e prova, através de seu trabalho, quão possível é mergulhar no design sustentável com soluções não apenas ecológicas, mas harmoniosas.
Bjarke Ingels também compartilhou os objetivos ambiciosos da sua nova fundação, “Plan for the Planet”, que busca abordar obstáculos globais em áreas como energia, transporte, indústria e recursos naturais. Uma das palestras mais emocionantes foi a de Francis Kéré, arquiteto de Burkina Faso que se tornou o primeiro africano a receber o Prêmio Pritzker, a maior honraria da arquitetura. Sua jornada extraordinária, desde uma origem humilde até o reconhecimento global, inspirou a todos. O arquiteto enfatizou a importância de fazer mais com menos e de adaptar-se aos contextos locais. Talvez seja Kéré a maior personificação da atualidade do que o Bjarke quer dizer ao explicar o que é a “sustentabilidade hedonista”.
O congresso também proporcionou uma visão única sobre o papel dos arquitetos na sociedade moderna. O geólogo, professor e especialista Minik Rosen argumentou sobre a interconexão entre o ambiente construído e a natureza, destacando como tudo o que nos rodeia é, de algum modo, uma forma de construção humana. Rosen ressaltou que as ações dos arquitetos, por mais que , por vezes, eles mesmos se esqueçam, têm um impacto significativo na pegada ecológica, reforçando a importância de buscar soluções sustentáveis. Absolutamente tudo o que fazemos ocasiona uma consequência à natureza e ao que deixamos no mundo.
Um dos painéis do “Obel Awards”, prêmio dinamarquês de grande prestígio internacional na arquitetura, contou com a participação de nomes renomados, como Nathalie de Vries, cofundadora do escritório MVRDV, e Carlos Moreno, criador do conceito “The 15-minute City”. As discussões se concentraram nas soluções criativas para os desafios enfrentados pelas cidades. Nathalie destacou a importância de entender os contextos e de não acreditar que exista apenas uma única solução ou caminho para melhorias urbanas. Ela defendeu a ideia de que o foco deve estar nos sistemas urbanos, e não em soluções isoladas, sempre incorporando a ecologia.
Já Carlos Moreno, ao ser questionado sobre a viabilidade de uma implementação de economia circular nas cidades, destacou a importância de abranger todos os aspectos da vida diária , não só os de desperdício zero. Em outro painel com Mette Skjold, CEO da SLA, outro aspecto discutido, mas que ressoa com a abordagem do anterior, foi a relação entre arquitetura e natureza. Skjold destacou como a incorporação da natureza em projetos arquitetônicos pode impactar positivamente nossa saúde e criatividade, enfatizando que a natureza não deve ser apenas imitada, mimetizada, mas verdadeiramente integrada ao ambiente construído. Esse ponto, de certa forma, é algo que a arquitetura brasileira já vem incorporando com maestria há mais tempo.
Após o UIA 2023, continuo refletindo sobre a profunda influência da arquitetura na sociedade e o papel vital dos arquitetos na construção de um futuro sustentável e inclusivo. Esse congresso foi um lembrete poderoso de que a arquitetura lida com questões fundamentais que moldam nosso mundo e, embora desafiador, o trabalho do arquiteto é fundamental para criar um futuro melhor. Esse evento reforçou o compromisso de todos os arquitetos em continuar fazendo a diferença por meio da arquitetura, valorizando a autenticidade e buscando soluções inovadoras para os desafios globais.
Se há uma lição que o UIA 2023 pode deixar a nós, brasileiros, é aprender com os erros alheios. A impressão é que, na Europa, com séculos de construção à frente, os desafios são mais urgentes e as soluções visam reverter problemas, enquanto aqui ainda temos uma certa janela de oportunidade para agir, considerando que nossa cidade ainda está em constante crescimento e transformação. Mesmo em cidades densificadas como São Paulo, temos a vantagem de agir a tempo, à medida que nossas cidades ainda estão em fase de evolução. Há muito já sendo feito, mas também ainda a ser construído. Que isso seja feito de maneira consciente, planejada e integrada a natureza. Afinal, isso importa. Arquitetura importa. ( )

BIO AMANDA FERBER
Reconhecida pela Feedspot como a principal entre os 125 maiores influenciadores arquitetônicos em todo o mundo, Amanda Ferber é a arquiteta fundadora do Architecture Hunter, plataforma de conteúdo cuja audiência atinge mais de 3 milhões de pessoas globalmente. Em 2018, Amanda Ferber apareceu na capa da revista italiana Beesness, conquistando o título de "a influenciadora dos arquitetos". Em 2019, com apenas 24 anos, ela conquistou um cobiçado lugar na prestigiosa lista Forbes Under 30. Durante sua jornada acadêmica, Amanda estagiou no estúdio MK27, liderado pelo renomado Marcio Kogan, e posteriormente contribuiu para o ArchDaily, a maior plataforma de notícias de arquitetura do mundo. Amanda também atua como jurada em renomados prêmios internacionais de arquitetura e design, incluindo os Dezeen Awards, Architizer A+Awards, Architizer Vision Awards e os Loop Design Awards. Além disso, ela atua como embaixadora da Arkos e da Morpholio, uma rede norte-americana de aplicativos para arquitetos.
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INOVAÇÃO

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Para surpresa de muitos, em 2012, a sucursal da Volkswagen na China apresentou, em Pequim, o protótipo de um carro do futuro: o Hover Car, um modelo de carro voador, em formato oval, para o transporte pessoal de duas pessoas, que não emite poluentes e usa redes magnéticas para flutuar sobre o chão. O veículo inovador foi apresentado no projeto ‘People’s Car Project’ como um estudo para carros com emissões zero de carbono que poderá, no futuro, viajar ao longo de redes rodoviárias eletromagnéticas.
Feito de fibra de carbono, o Hover Car é um carro autônomo que conta com um sofisticado sistema de prevenção de colisões, que avalia o fluxo do trânsito e de pedestres em tempo real pela Inteligência Artificial. O veículo realiza manobras, reduz a velocidade e ativa os freios de emergência sem a intervenção do motorista.
Mais recentemente, Stephan Wöllenstein, Chefe de Gerenciamento de Projetos Accelerate Forward da Volkswagen, comentou como a “mobilidade vertical” poderia ser parte do futuro nas cidades chinesas. A Volkswagen está particularmente interessada na tecnologia chinesa e em potenciais parcerias comerciais, já que o país representa, agora, uma parte importante das vendas mundiais da VW. Certamente, desenvolver um carro voador para o mercado chinês é uma jogada empresarial inteligente.
A China não é apenas um importante mercado para os veículos Volkswagen, é também o maior mercado automobilístico do planeta, o que faz do país o campo de provas perfeito para a mobilidade vertical, bem como para superar os obstáculos logísticos e de segurança que isso implica. ( )

ARTE MOVIDA PELA EMOÇÃO

O trabalho do artista japonês Yoshimoto Nara é movido pela emoção humana e sua reação ao que aconteceu ao seu redor e o momento histórico.

Aos 64 anos de idade, o artista pop japonês Yoshimoto Nara rompe as fronteiras do Japão com exposições no Albertina Modern Museum, na Áustria; e na Pace Gallery, em Londres; e retrospectivas no Guggenheim Bilbao e no Kunsthal Rotterdam, entre outras instituições de Arte na Europa e Ásia. Em 2019, ele chamou a atenção do mercado quando a Sotheby’s vendeu sua obra ‘Knife Behind Back’ pelo valor recorde de US$ 25 milhões em Hong Kong. Desde então, sua obra ganhou visibilidade no mundo. Sua arte tem origem no movimento Superflat – onde também participou o seu famoso conterrâneo Takashi Murakami. Ambos os artistas exploraram a fraqueza japonesa pela adorabilidade com rostos de bebê, uma infantilização associada ao trauma de Hiroshima na Segunda Guerra Mundial. Mas seu trabalho atual vai além disso.
(Segundo o artista, as raízes dos seus trabalhos estão nos contos de fadas). Sua arte é movida pela emoção humana universal. “As raízes dos meus trabalhos são a minha infância, não a cultura pop”, explica. “Ao meu redor havia pomares, ovelhas e cavalos. Eu leio contos de fadas em vez de quadrinhos”, afirma o artista.
Seus trabalhos mais marcantes são iniciados na década de 1990 com telas figurativas de cabeças enormes de crianças, geralmente meninas com postura de força bruta que emitem sentimentos sombrios. Embora as figuras de Nara lembrem um anime açucarado, suas pinturas são expressivamente feitas à mão, com papelão ou pranchas de madeira frequentemente usadas no lugar da tela.
Nos últimos anos, sua arte figurativa deu lugar a uma figuras mais introspectivas. Os trabalhos mais recentes incluem meninas com olhos enormes salpicados de várias cores, que olham para o horizonte como se estivessem perdidas ou fecham os olhos em meditação. 
Assim como todo artista reflete o seu tempo, Nara se inspira nos movimentos anti-nucleares, de não às guerras e, mais recentemente, a tragédida do terremoto e tsunami que levaram ao acidente nuclear de Fuskushima em 2011.
Com essa vivência, sua arte demonstra com sensibilidade e aspereza o enfrentamento de forças intransponíveis. Em suma, seu trabalho fala da angústia dos adultos e da criança vulnerável dentro de todos nós. ( )

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WORK IN PROGRESS

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A brasileira Mariana Oushiro surge como uma grande aposta da nova geração de artistas plásticos internacionais.

Artista plástica em ascensão no mercado de arte internacional, a brasileira Mariana Oushiro – nascida em São Gotardo (MG) e radicada em Nova York – é representada por uma das galerias de arte mais importantes da Big Apple, a Vito Schnabel Gallery, em Chelsea. A artista foi vencedora do ‘Annual Grant Award” na The League (uma organização renomada e multifacetada em artes visuais dos Estados Unidos) e seu trabalho já foi apresentado em diversas exposições individuais e coletivas.
Sua exposição individual mais recente, chamada ‘Coming Home’ foi exibida em São Paulo no MAB FAAP entre maio e junho desse ano. Em 2022 apresentou a individual ‘Supernova’ na Vito Schnabel Gallery. Na capital paulista, a artista mostrou trabalhos abstratos em escalas e cores em telas de grandes dimensões com 12 obras inéditas. De acordo com a curadora Patrícia Borges, responsável pela exibição no MAB, “a obra de Oushiro faz com que o espectador precise escavar uma camada de abstração para encontrar, na essência, a geometria”.
(A artista tem um processo de composição de suas obras muito peculiar, pinta em grande escala, em telas de algodão esticadas no chão). Ela se move ao redor do tecido e se envolve com a superfície do trabalho, ajoelhando-se dentro da composição ou esticando seu corpo sobre ela, criando curvas arrebatadoras, linhas paralelas nítidas e planos espaciais rítmicos em carvão, pastéis, pigmentos e óleo. Mariana costuma usar as mãos para se mover na composição, deixando cinzas de pó de carvão em manchas suaves e impressões borradas no fundo da imagem. As obras, gigantes, chegam a ter 5,5m por 4m, e refletem composições explosivas e selvagens. Abstratas, linhas torcidas e geometrias giratórias compõem os trabalhos produzidos. “Meu processo é com as mãos. As mãos são o pincel de cerdas firmes que tocam a tela sem interferência de um pincel que só vou usar, mais tarde talvez no processo, porque com a intuição das mãos, me conecto direto com o coração que está ligado a visão. Começo deitando a tela no chão, como um instinto. Depois, a lógica da pintura aparece e eu só a sigo. Tudo é um padrão e meu trabalho é encontrar o padrão de cada quadro, sem tentar interferir com meus desejos”, conta a artista. ( )

A NATUREZA MAIS PERTO DE NÓS

O distrito Køge South Harbor, em Copenhagen, foi concebido com um propósito: valorizar a natureza, tornar a vida mais saudável e criar oportunidades para novas formas de viver e de habitar as cidades.

Cada vez mais a natureza com o seu bioma original toma conta dos projetos urbanísticos pelo mundo. Em Copenhagen, capital da Dinamarca, o escritório do arquiteto Stig L. Andersson (SLA Architects) ressignificou um distrito inteiro da cidade com o projeto urbanístico Køge South Harbor.
Outrora um porto industrial que separava a cidade da sua costa, o Porto Sul de Køge é, agora, um bairro baseado em sua paisagem natural. Planejada com uma rede de áreas comuns exuberantes e um calçadão envolvente, a área agora é conectada com a cidade e trouxe vida para o lugar. A transformação do antigo porto industrial levou 13 anos para ser realizada. Em 2010, o escritório de arquitetura e urbanismo SLA contribuiu para o plano de desenvolvimento vencedor do antigo porto industrial e área ferroviária de Køge Kyst. (“A visão geral era criar um distrito social, vibrante e sustentável junto à costa que fortaleceria o papel de Køge como um centro importante na área metropolitana de Kopenhagen e na região de Oresund”, explica Andersson).
O plano paisagístico da SLA para South Harbour une a área a uma rede de áreas comuns importantes para a comunidade. Os espaços comuns cuidam de todo o escoamento de águas pluviais, melhoram a biodiversidade e todos se conectam ao passeio público que circunda o bairro. O passeio de 1,4 km de extensão atua como um conector e protetor, ligando seus moradores às campinas salgadas, ao porto e à praia adjacentes, ao mesmo tempo que protege a área de futuras tempestades. Os espaços comuns semipúblicos servem como refúgios verdes aos moradores, com áreas para piqueniques, exercícios físicos ao ar livre e redes entre plantações, entre elas uma horta comunitária.
Quando chove, um curso de água sinuoso se desenvolve através das áreas comuns, já que todo o escoamento de água da chuva no terreno é tratado no distrito. Projetada para ser ligeiramente elevada no meio, a água da chuva do Porto Sul corre diretamente para o porto ou para o prado salgado. Assim, toda a área está equipada para lidar com um evento de chuvas torrenciais decorrente das mudanças climáticas. O projeto do espaço público em South Harbour está focado em aproximar a natureza das pessoas. Essa idealização anda de mãos dadas com experiências sensuais na natureza, uma elevada biodiversidade e uma baixa necessidade de manutenção.
A plantação no passeio é inspirada nos prados salgados e na plantação costeira – que pode suportar o sol, o vento e o sal –, enquanto o design da natureza para as áreas comuns é inspirado nas bordas da floresta que se encontra ao longo da costa leste da Dinamarca. Uma mistura de plantações, arbustos, árvores e áreas com gramíneas baixas que criam rotas variadas e movimentadas entre espécies escolhidas para fornecer habitats para a vida selvagem e experiências sazonais. No geral, as plantas são robustas, duram muito e requerem pouca manutenção.
As áreas costeiras perto de Køge correm alto risco de inundações durante tempestades. Além do aspecto de ser um ambiente outdoor recreativo, o passeio elevado ao redor do Porto Sul também serve como um dique para a maré alta. Seu amplo calçadão foi concebido como um conector com a natureza, o mar e o porto. Para os próximos anos, o passeio irá se estender até a zona portuária de Køge. A ideia é que o novo distrito se integre totalmente à cidade até 2040. ( )
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SMART CITY

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Com tecnologia da Panasonic, a Fujisawa Sustainable Smart Town se prepara como cidade- referência para o século XXI em bem-estar, qualidade de vida e espírito de comunidade.

Cidades inteligentes e sustentáveis é o que se espera para o século XXI, e parece que caminhamos rapidamente para essa evolução. Uma pesquisa realizada em 2022 pela consultoria McKinsey estimou que, até 2025, as smart cities gerarão 60% do PIB mundial. O termo costuma ser utilizado para se referir a cidades que usam a tecnologia em favor dos seus habitantes. Mas esse conceito é tão amplo que abarca desde uma cidade que implanta sensores de Internet das Coisas (IoT) conectados nas ruas para monitoramento do trânsito em tempo real até cidades que passam a privilegiar espaços verdes, públicos e alternativos à gasolina e toda sorte de combustíveis fósseis. Dessa forma, acaba fazendo mais sentido entender uma cidade inteligente como um espaço onde vivem governos e sociedades também mais inteligentes, onde a tecnologia é apenas um instrumento. Além disso, é uma cidade com foco na inclusão social, resiliente e autorregenerativa, capaz de responder rapidamente aos eventos das mudanças climáticas, evitando impactos sociais graves.
Entre as cidades estrangeiras que estão no ranking de smart cities, a primeira é Copenhagen, pioneira em se tornar net-zero em emissão de carbono; logo depois se destaca Tóquio, pelo tradicional uso de tecnologia há diversos anos. Mas, além de Tóquio, o Japão nos reserva outra surpresa nesse quesito: a cidade de Fujisawa Sustainable Smart Town, na província de Kanagawa. A fama de cidade verde e inteligente tem um financiador poderoso, a Panasonic, empresa japonesa fabricante de eletrônicos avançados.
A principal característica de Fujisawa é que a cidade envolve a participação do poder público e privado, em parceria com empresas que promovam iniciativas avançadas, com a participação direta dos seus moradores que serão ouvidos em todas as etapas de sua evolução. “Estamos criando uma cidade inteligente de última geração, buscando um ideal máximo”, afirma Yuki Kusumi, CEO da Panasonic. Segundo ele, a cidade de 1 mil residências será baseada em estilos de vida reais, mais do que em tecnologias avançadas. O conceito que norteia Fujisawa é o de que os moradores compartilhem os objetivos da cidade que convivem, interagem e troquem ideias para alcançar melhor qualidade de vida para sua evolução sustentável.

ESTILO DE VIDA
Ao contrário das cidades inteligentes centradas na tecnologia, que têm o foco principal na infraestrutura antes de serem elaboradas as casas, em Fujisawa a consideração principal foi o de criar o conceito para um estilo de vida comunitário inteligente baseado no conforto residencial, características regionais e padrões de vida futuros, levando em conta aspetos como energia, segurança, mobilidade e bem-estar.

ENERGIA SOLAR
Desde o grande terremoto no leste do Japão, em 11 de março de 2011, tem havido uma crescente procura pública por uma mudança de paradigma energético para soluções de energia renovável que sejam menos vulneráveis em tempos de desastre e tenham impactos ambientais menores, como fontes de energia primária para apoiar a vida quotidiana. Sob o novo slogan “autocriação e autoconsumo de energia”, Fujisawa fornecerá serviços energéticos concebidos para complementar estilos de vida até a próxima geração, permitindo aos residentes gerar a energia que utilizam nas suas próprias casas através da geração de energia solar e outras ferramentas. Casas isoladas para acomodar cerca de 600 famílias serão construídas na cidade, e cada uma delas será equipada com sistema de geração de energia solar e unidades de baterias de armazenamento. As casas serão concebidas de forma a possibilitar estilos de vida baseados no mote SMARTHEMS™ (Home Energy Management System). A resposta flexível às mudanças no ambiente de fornecimento de energia e nos estilos de vida das pessoas permitirá a adaptação ao comportamento futuro na utilização de energia.

MOBILIDADE
Fujisawa oferecerá serviços de mobilidade totalmente novos para todos os residentes, independentemente se possuem ou não carro próprio. Incluirá o serviço de partilha de veículos elétricos e bicicletas elétricas, bem como um serviço de entrega de automóveis de aluguel e postos de baterias recarregáveis. Hoje, engarrafamentos podem ser vistos regularmente em torno de Fujisawa, com longas filas de veículos rumo a pontos turísticos, especialmente nos feriados. Os novos serviços de partilha de mobilidade também contribuirão para a solução deste problema social de engarrafamento de trânsito. Assim, as inovações de mobilidade em Fujisawa beneficiarão os residentes, o ambiente e a comunidade regional. A mobilidade em Fujisawa ajudará a criar uma relação flexível e confortável entre os residentes e os seus carros. Além disso, haverá a opção de utilizar um serviço de entrega de carro alugado na casa do morador, o que permitirá também aos residentes sem veículo próprio alargarem o âmbito das suas atividades, ajudando-os a ter uma vida mais ativa.

COMUNIDADE
Os recém-residentes em Fujisawa, assim que chegarem à cidade, poderão se conectar com outros residentes e ter acesso a informações locais. Todos, desde crianças a idosos, poderão acessar facilmente os serviços avançados através da rede proposta. A cidade vai oferecer uma plataforma comunitária, incluindo um serviço de portal único e de fácil acesso, que permitirá a qualquer pessoa monitorar o consumo de energia da sua casa, por exemplo. Os residentes também poderão ter acesso a uma gama de serviços úteis, incluindo serviços locais, reservas para serviços de mobilidade e troca de informações com a comunidade. Em caso de emergência, será possível acessar rapidamente informações úteis para encontrar imediatamente o que precisa. O portal também suporta múltiplos dispositivos para permitir fácil acesso a partir das smart TVs equipadas em todas as moradias isoladas, bem como smartphones e PCs.

BEM-ESTAR
Existe uma cidade onde todos os residentes, de crianças a idosos, possam viver confortavelmente da maneira que desejarem? O mundo enfrenta muitos problemas, incluindo uma baixa taxa de natalidade e o envelhecimento da população, e a cidade de Fujisawa terá uma resposta a esta questão com mais interação social. A cidade vai disponibilizar uma praça de bem-estar, um polo de acolhimento de idosos, residências assistidas para idosos, farmácias, serviços de apoio domiciliar, clínicas, creches, creches extraescolares, cursinhos, entre tantas outras opções. Deixando o etarismo de lado, os idosos poderão transmitir seus conhecimentos e competências às crianças, e as crianças poderão alegrar a vida dos idosos. ( )

PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR

Com a maior porção contínua preservada de Mata Atlântica do Brasil, o parque tem diversas trilhas para conhecer de perto o seu bioma de 360 mil hectares.

Além de ser uma reserva natural da Mata Atlântica com 360 mil hectares, o Parque Estadual da Serra do Mar tem uma série de trilhas, cachoeiras e pontos de apoio ao turista que gosta de se aventurar em florestas para fazer caminhadas e descobrir lugares fora dos grandes centros urbanos, como praias, mirantes, montanhas, trilhas e cachoeiras.
Criado em 1977, o parque representa a maior porção contínua preservada da Mata Atlântica do Brasil, com seu bioma, fauna e flora originais, abrigando 1.361 espécies de animais e cerca de 1.200 espécies de plantas, de acordo com dados do Ibama. O parque percorre 25 municípios paulistas, desde a divisa com o Rio de Janeiro até o litoral sul de São Paulo, em regiões como a Baixada Santista, Litoral Norte e Vale do Paraíba. A Mata Atlântica já cobriu quase toda a faixa litorânea de Norte a Sul do Brasil, mas, nos dias atuais, o que restou está protegido em parques, reservas e estações ecológicas, conhecidos como unidades de conservação. Em São Paulo, as unidades são administradas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, por meio da Fundação Florestal.

AS MELHORES TRILHAS DO PARQUE
Para quem deseja descobrir as melhores trilhas do Parque Estadual da Serra do Mar existem diversas agências especializadas em atividades ao ar livre para conduzir os visitantes com toda a segurança. Entre elas, a AllTrails, que oferece passeios para sete trilhas no parque, com mapas cuidadosamente detalhados para quem deseja fazer caminhadas ou andar de bicicleta.

CACHOEIRA DA PEDRA FURADA
A trilha pode ser feita num bate-volta de 5,8 km, perto de Biritiba-Mirim. Geralmente é considerada de percurso fácil e é preciso uma média de 1h31min para ser concluída. A cachoeira está localizada no meio da floresta, em um lugar de tirar o fôlego.

PICO DA ESPLANADA
O percurso de ida e volta totaliza uma distância de 3,5 km, também perto de Biritiba-Mirim. O passeio é considerado adequado para quem tem mais experiência, pois a trilha é moderadamente desafiadora. O tempo estimado para concluir a caminhada é de 1h19min, e o caminho é de mata fechada com trajeto montanhoso e estradas regulares. A trilha passa por pequenas chácaras particulares, fontes de água pura para beber e o Pico da Esplanada, com 1.040 m de altitude e uma vista espetacular.

RIO CUBATÃO
Também saindo de Biritiba-Mirim, essa trilha é percorrida com ida e volta totalizando 3,5 km. Seu percurso é considerado desafiador e o tempo médio para ser concluído é de 1h19min. Os aventureiros irão cruzar águas, pedras escorregadias e piscinas naturais no caminho, além de uma cachoeira.

PEDRA DO SAPO
Nesta trilha, pode-se observar com mais destaque a grande biodiversidade da Mata Atlântica. Tem extensão de 4,3 km e a ida e volta é calculada em 1h31min. Nela, os visitantes encontram a Cachoeira da Pedra Furada. Da Pedra do Sapo, tem-se uma vista incrível da praia da Riviera de São Lourenço, em Bertioga.

MANOEL FERREIRA
Próximo a Mogi das Cruzes, o bate-volta dessa trilha é de 11,7 km, sendo uma ótima alternativa para ciclismo de montanha, com seu percurso moderadamente desafiador. A trilha de bicicleta sai de Manoel Ferreira e segue em direção à Pedra do Sapo.

CACHOEIRA VÉU DE NOIVA E CACHOEIRA ELEFANTE
A trilha tem extensão de 5,8 km de bate-volta e é preciso em média 3h08min para ser concluída. Para a entrada nas cachoeiras, é preciso autorização da Fundação Florestal.

RAFTING NO RIO PARAIBUNA
Entrada pela cidade de São Luiz do Paraitinga, com descida de bote pelo Paraibuna, passando pelas cachoeiras do Saltinho, Salto Grande, Ponte da Pedra, Corredeiras da Gamela de Pedra e do Itapavão.

CIDADES PAULISTAS QUE FAZEM PARTE DO PARQUE
Caraguatatuba, Cunha, São Paulo, Juquitiba, Mongaguá, Itanhaém, Cubatão, Pedro de Toledo, Ubatuba, São Luiz do Paraitinga
e São Sebastião.

TEMPO E DISTÂNCIA ENTRE CARAGUATATUBA E O PARQUE
6h25min
572,6 km
Via SP-300 e BR-374

Calçada do Lorena, no Parque Caminhos do Mar, em São Bernardo do Campo.
Para celebrar o quase meio século de existência do parque, a Fundação Florestal, órgão responsável pelo seu gerenciamento, listou alguns passeios abertos ao público nos dez núcleos do Parque Estadual Serra do Mar.
Com o apoio de comunidades locais de caiçaras, quilombolas, caipiras e indígenas, os núcleos contam com atividades que vão de trilhas contemplativas a esportes de aventura, como rafting e canoagem.

CALÇADA DO LORENA
(São Bernardo do Campo, a 50 km de SP) – Caminhos do Mar
nível de dificuldade: leve
extensão: 7 km
duração: 2h
monitoria: autoguiada
destaque: é o primeiro caminho pavimentado entre o litoral paulista e
o planalto, por onde Dom Pedro I
passou para proclamar a Independência
do Brasil, em 1822.

TRILHA DO CAMBURI
(Parelheiros, a 60 km de SP)
nível de dificuldade: médio
extensão: 4,6 km
duração: 3h
monitoria: obrigatória
destaque: fornos da antiga Fazenda Curucutu e cachoeira do Camburi, considerada um dos cenários mais bonitos do Núcleo Curucutu

TRILHA CACHOEIRA DO PASSAREÚVA
(Cubatão, a 60 km de SP)
nível de dificuldade: médio
extensão: 6,5 km
duração: 3h
monitoria: obrigatória
destaque: ruínas do antigo hospital de Cubatão e caminhada entre os principais pontos da antiga Vila de Itutinga.

MIRANTE DO RIO DO PARDO
(Salesópolis, a 92 km de SP)
nível de dificuldade: média
extensão: 4,6 km
duração: 4h
monitoria: obrigatória
destaque: observação de aves no 1°trecho da trilha (Gavião Pombo Grande) e cachoeira do Rio Pardo, no 2º trecho.

TRILHA DA CACHOEIRA DO ELEFANTE
(Bertioga, a 106 km de SP)
nível de dificuldade: difícil
extensão: 2,5 km
duração: de 6h a 8h
monitoria: obrigatória
destaque: passagem pela antiga Rota do Comércio, da época do Brasil colonial, e Cachoeira do Elefante, considerada a
maior da região.

TRILHA DA CACHOEIRA DA USINA
(Pedro de Toledo, a 149 km de SP)
nível de dificuldade: médio
extensão: 6,4 km
duração: 4h
monitoria: obrigatória
destaque: ruínas de uma antiga usina hidrelétrica de 1939 e cachoeiras
(da Usina e das Antas).

TRILHA DAS PALMEIRAS
(Caraguatatuba, a 158 km de SP)
nível de dificuldade: fácil
extensão: 800 metros
duração: 2h
monitoria: autoguiada
destaque: trilha acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, equipada com caminho pavimentado, corrimão, sinalização e acesso à piscina natural do rio Santo Antônio.

MIRANTE DE PAÚBA
(Juquehy, a 172 km de SP)
nível de dificuldade: fácil
extensão: 1,6 km
duração: não informada
monitoria: autoguiada
destaque: vista da Praia de Maresias e Paúba
monitoria: operadoras de turismo.

TRILHA DAS ARAPONGAS
(S. Luís do Paraitinga, a 185 km de SP)
nível de dificuldade: fácil
extensão: 1,7 km
duração: 1h
monitoria: autoguiada
destaque: trilha circular na margem esquerda do Rio Paraibuna, em meio a araucárias.

TRILHA FLUVIAL NO RIO FAZENDA
(Picinguaba – Ubatuba, a 246 km de SP)
nível de dificuldade: fácil
extensão: 4 km
duração: 2h
monitoria: obrigatória
destaque: atividade em barcos de alumínio a remo, passando por manguezal.

O NOVO MASTERPLAN PARA O PARQUE
A convite da Parquetur, a Strato Urbanismo desenvolveu o Masterplan (Plano Urbanístico) para o Parque Caminhos do Mar. O projeto foi desenvolvido através da metodologia de charrete. A charrete é uma metodologia internacional de urbanismo capaz de reunir o maior número de agentes na etapa de conceituação de um projeto. Esses agentes, ou stakeholders, participam levantando problemáticas e sugestões a serem adotadas no plano urbanístico. Quanto maior a diversidade dos profissionais envolvidos, mais rico será o produto final.
Para o planejamento do parque participaram aproximadamente 50 representantes de diversos setores da sociedade. Sua contribuição foi fundamental para o planejamento das ações urbanísticas, arquitetônicas e paisagísticas do parque. As ações preveem na estrutura existente acesso aos monumentos históricos e trilhas, abertura de restaurantes e melhorias na operação.
O projeto – desenvolvido pelo arquiteto e urbanista Hugo Serra, sócio da Strato Urbanismo, também responsável pelo projeto do Condomínio Vista Alta, da Arqos – é um plano de longo prazo e segue em desenvolvimento. Dentre as ações planejadas, a inauguração da tirolesa foi um dos elementos mais marcantes que tem atraído um público importante para o Parque Caminhos do Mar. ( )
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MIRANTE DO GAVIÃO

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O Mirante do Gavião Amazon Lodge tem arquitetura integrada à natureza e remete a um barco invertido.

O hotel Mirante do Gavião Amazon Lodge está localizado em Novo Airão – última cidade acessível por via terrestre, a 180 km na direção noroeste de Manaus, no estado do Amazonas. Construído de frente para o Parque Nacional de Anavilhanas, segundo maior arquipélago fluvial do mundo, com mais de 400 ilhas, o hotel design se destaca por sua imponência, baseada nas técnicas amazônicas de construção naval. O visual panorâmico do Rio Negro, com suas águas escuras e vegetação densa, marca o cenário onde o turismo tradicional fica para trás e as regiões remotas e preservadas da Amazônia são reveladas aos hóspedes.
Apesar de toda essa amplitude, muito do que se experimenta nas vastas planícies amazônicas é a observação da natureza a partir do solo ou do rio. O gavião-real, maior ave de rapina do Brasil e uma das maiores do mundo, também habita por aqui, e foi pensando em promover às pessoas o mesmo privilégio do avistamento que as aves possuem da floresta e dos rios que surgiu a ideia de oferecer outros ângulos de observação. A ideia de proporcionar mirantes nos pontos mais altos do hotel, com mais de 15 metros de altura, foi a de propiciar o visual de um dos mais belos cenários do pôr do sol no Rio Negro e das ilhas do Arquipélago de Anavilhanas levou ao nome Mirante do Gavião.
Inicialmente, o lodge foi concebido para atender ao embarque e desembarque das operações dos barcos da Expedição Katerre Ecoturismo, baseada em Novo Airão desde 2004. Com poucas acomodações, o Mirante do Gavião Amazon Lodge passou de ponto de apoio a protagonista, quando seu projeto arquitetônico, de autoria do escritório de arquitetura Atelier O´Reilly, recebeu diversas premiações em 2014, ano de sua abertura.
(Toda sua arquitetura foi idealizada, planejada, projetada e edificada para dialogar com o entorno). A autora do projeto arquitetônico é Patrícia O’Reilly, arquiteta e urbanista graduada pela Universidade Belas Artes de São Paulo e pós-graduada em Paisagismo Ecológico pela Fundaciò VS. Barcelona. Patrícia é profissional certificada pelo renomado selo Healthy Building Certificate HBC PRO.

O PROJETO
O desenvolvimento do projeto partiu da necessidade de criar uma pousada integrada ao entorno com o objetivo de estabelecer uma interligação entre as navegações no Rio Negro pelos barcos que fazem as expedições e as chegadas e saídas em terra.
A obra empregou 60 pessoas da comunidade por 2 anos, treinadas pelo mestre local Aderson para a construção em madeira de reflorestamento, utilizando a ancestral tecnologia de construção de barcos da região. O projeto foi baseado em um planejamento sustentável que prevê o aproveitamento do clima, dos materiais e das tecnologias construtivas locais. A comunidade ribeirinha sempre construiu barcos em madeira, um conhecimento passado de pai para filho. O desenho primou pela harmônica integração com a paisagem e diversos estudos climáticos foram desenvolvidos para atingir o melhor resultado energético com estratégias passivas e ativas, buscando conforto térmico, renovação de ar com ventilação cruzada, iluminação natural e acessibilidade. A área da implantação foi revitalizada com espécies nativas, favorecendo o bioma local. Além disso, estratégias ativas como captação e utilização de águas pluviais, horta orgânica, energia solar e água quente também foram aplicadas. Aproveitando a arquitetura vernacular, a proposta envolve palafitas conectadas por decks, deixando prevalecer uma ventilação inferior que reduz a temperatura interna. Assim, o Mirante do Gavião Amazon Lodge possui uma estrutura que repousa sobre o terreno, mas claramente não tem impacto sobre ele, integrando arquitetura, paisagem e sociedade de forma harmônica.





SUSTENTABILIDADE
Entre as estratégias sustentáveis ativas e passivas aplicadas ao projeto estão estudos climáticos de insolação, ventilação e análises de índices pluviométricos e umidade relativa do ar, energia solar e água quente, madeira de reflorestamento, horta orgânica, compostagem, tratamento de efluentes, treinamento de mão de obra, inclusão social, materiais naturais e utilização de águas pluviais. ( )

FORA DE SÉRIE

Indo além das questões funcionalistas e de consumo, o escritório ,Ovo sempre nos surpreende com criações que não seguem projetos tradicionais.

Há 28 anos, a dupla de criadores da ,Ovo – os designers Luciana Martins e Gerson de Oliveira – produzem a partir do conceito “fora de série”. Por fora de série entendemos uma produção dissociada da indústria e que não segue metodologias projetuais tradicionais, ou seja, orientadas por materiais e sistemas de fabricação predefinidos. Pelo contrário, no design fora de série a proposição de um artefato deriva, muitas vezes, da observação cotidiana, de uma inquietação ou encantamento.
A produção da ,Ovo situa-se no limite entre arte e design, possibilitando a geração de produtos que convidam à reflexão pelo inusitado das propostas de seus objetos, indo além das questões funcionalistas e de consumo. A circulação e a inserção da produção da ,Ovo se deu, inicialmente, em galerias e mostras, além de premiações de design.

O aspecto do fora de série permite que os objetos tenham múltiplas finalidades, dando espaço para que o utilizador defina o seu propósito. E embora qualquer objeto possa ser ressignificado, nesse caso, as possibilidades de uso são inerentes ao artefato, que não se destina a uma finalidade específica ou única: sua configuração permite atribuir diferentes propósitos ou finalidades a cada um deles.

A NOVA COLEÇÃO
Entre os destaques da nova coleção da ,Ovo estão a série Rio e os biombos Arranjo. A primeira é formada por seixos rolados de grandes dimensões. As pedras foram tiradas de seu ambiente natural e colocadas sobre bases, moldadas especialmente para cada uma delas. As peças assumem as funções de bancos, mesas laterais e apoios, sendo explorada a força escultórica dos volumes das pedras e linhas de suas estruturas. Os biombos Arranjo são feitos de acrílico e estruturas metálicas, trabalhadas com planos horizontais e verticais. São formas distintas que, juntas, resultam em uma nova forma, e suas intersecções dão origem a uma outra cor. É na relação e interação entre as cores e as formas que o trabalho acontece. O acrílico é leve visualmente, um material com maior índice de refração, colorido e transparência.
Além deles, a cadeira Quadros é formada por uma estrutura metálica e um quadro de assento que tem sempre a mesma forma. Seu encosto é composto por três quadros diferentes. Dessa forma, é possível ter diversas combinações possíveis, figurando, ao todo, 12 possibilidades, considerando formas e acabamentos. Por fim, a cadeira e a mesa de jantar Compasso. A cadeira deriva da poltrona de mesmo nome e traz muitas das características que marcam a assinatura da dupla, como a precisão dos traços, o trabalho cuidadoso nas proporções e a clareza do pensamento construtivo. O desenho é formado pela estrutura de traços geométricos, sobre a qual se apoia a concha do assento, que recebe um tramado de percintas e é mais sinuoso. A linha Compasso tem estrutura feita de jequitibá maciço, mas também pode ser encomendada nas opções em sucupira e cumaru. ( )
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ALPHAVILLE: 50 ANOS

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Um projeto inovador da década de 1970 que fez e ainda faz história em todo o Brasil.

Nada de casas, apenas indústrias. Essa foi a resposta que o engenheiro Renato Albuquerque ouviu do então prefeito de Barueri quando, em 1973, lhe apresentou o projeto de um novo loteamento no município. Para encontrar uma solução, Albuquerque se reuniu com o amigo e sócio Yojiro Takaoka. Juntos, decidiram que o loteamento seria o primeiro centro empresarial do Brasil para indústrias não poluentes, mas logo notaram que quem passou a trabalhar ali precisava de moradias perto da região. “(As pessoas queriam mais qualidade de vida, e assim surgiu o Alphaville Residencial). O condomínio tornou a cidade um polo econômico, consolidando um conceito de urbanismo sustentável que se espalhou pelo país”, afirma o comunicado da empresa.
Com o passar do tempo, poucos lugares conseguiram manter sua identidade como o bairro de Alphaville. A concepção de bairro vem de Renato de Albuquerque e Yojiro Takaoka, colegas de faculdade na Escola Politécnica da USP, que formaram uma parceria sólida que começou com pequenas reformas e obras na periferia de São Paulo. Eles fundaram a construtora Albuquerque, Takaoka S.A. em 1951 e, ao longo dos anos, expandiram suas operações para incluir topografia, construção de casas simples e, eventualmente, empreendimentos em obras públicas, como estradas e pontes. O momento decisivo para Alphaville ocorreu no final dos anos 1960, quando o governo militar criou o Banco Nacional da Habitação (BNH) e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para financiar habitações populares. A construtora Albuquerque, Takaoka S.A. viu a oportunidade de entrar no mercado de construção de habitações populares, convencendo o BNH a financiar imóveis para a classe média, o que também ajudaria a reduzir os juros para habitações populares. Em 1971, o também engenheiro Célio Sampaio de Freitas procurou Renato de Albuquerque para uma conversa importante.
Freitas conhecia um representante dos herdeiros do Conde Álvares Penteado, o advogado Antonio de Pádua Pereira de Almeida, casado com uma das herdeiras do Conde. Freitas, Albuquerque e um amigo diretor da construtora Sobloco encontraram-se para falar de um imenso terreno às margens da nova rodovia Castello Branco. À época, a cidade de São Paulo não tinha legislação ambiental específica, entretanto, a sociedade demonstrava muita preocupação com a qualidade do ar, o nível de ruído e o trânsito. Diferentes pesquisas de opinião pública indicavam que, nesse tempo, os habitantes da capital paulista preocupavam-se muito menos com a segurança do que com o meio ambiente. A conversa entre os três foi academicamente correta, mas, na prática, não fechava para Albuquerque. Tratava-se de uma área imensa localizada no município de Barueri, junto à Rodovia Castello Branco, a 23 quilômetros de distância da Praça da Sé (marco zero da capital), embora distante apenas 14 quilômetros da Av. Faria Lima - que já despontava como o novo centro comercial da cidade. A ideia de Freitas era construir ali um centro empresarial, objetivando tirar da capital as indústrias e os escritórios. Isso, no entender dele, reduziria o trânsito, protegeria o meio ambiente e evitaria agitação nas áreas nobres da cidade de São Paulo.
Em setembro de 1973, com o projeto de arquitetos renomados, Albuquerque e Takaoka deram início à construção de Alphaville, um bairro planejado na região metropolitana de São Paulo. Uma virada significativa aconteceu quando a Hewlett-Packard (HP) manifestou interesse em Alphaville. O encontro entre Albuquerque e o diretor de Patrimônio da HP, apelidado de “Skip,” desencadeou uma transformação. Skip propôs uma mudança de foco, passando da indústria primária para armazéns e escritórios, incluindo residenciais para executivos viverem nas proximidades, eliminando deslocamentos para São Paulo. Essa ideia foi apoiada por outras empresas como Babylândia, Banco Real, Carbex, Chuca, Confab, DuPont, ECM, Otto Haensel e Sadia, levando a uma expansão bem-sucedida de residenciais em Alphaville.

TRANSFORMAÇÃO RADICAL NA REGIÃO
Alphaville trouxe uma transformação radical para a região. Barueri, com apenas 60 mil habitantes na época, era essencialmente uma cidade-dormitório, com a maioria da população trabalhando em Osasco ou São Paulo, apenas cinco indústrias de porte, escolas limitadas, poucas agências bancárias e um orçamento municipal modesto. Hoje, Barueri é um dos municípios mais dinâmicos do Brasil. E o mesmo processo de desenvolvimento aconteceu em Santana de Parnaíba, uma cidade histórica que agora ostenta índices de qualidade de vida antes inimagináveis. O sucesso de Alphaville é uma demonstração de como o planejamento urbano adequado pode criar comunidades prósperas.
Em 50 anos de evolução e adaptabilidade, Alphaville permanece não apenas como um marco geográfico, mas como um ícone da capacidade humana de moldar seu ambiente e criar um futuro mais brilhante. ( )

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